Saúde Pernambuco já registra nove casos de infecção por superfungo e sete mortes em 2024

Todos os casos deste ano foram registrados em um hospital do Recife
Por: Adelmo Lucena

De acordo com a secretaria, das novas confirmações, o paciente do sexo masculino, de 28 anos, já recebeu alta hospitalar (Foto: Divulgação/SES)





Pelo menos nove pessoas já foram infectadas pelo fungo Candida auris em Pernambuco em 2024. Todos os pacientes passaram pelo Hospital Getúlio Vargas (HGV), no bairro do Cordeiro, no Recife. Até o momento, foram contabilizadas sete mortes em decorrência de complicações de doenças pré-existentes dos pacientes.



Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informou que recebeu a notificação de quatro novos casos no Hospital Getúlio Vargas.


Trata-se de dois pacientes do sexo feminino (83 e 67 anos de idade) e outros dois do sexo masculino (54 e 28 anos de idade).


“A SES-PE, por meio da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), vem realizando o monitoramento e reforçando as medidas de limpeza e desinfecção de todo ambiente hospitalar, e enfatiza que não há risco para população em geral, pois se trata de um fungo intra-hospitalar”, destacou a pasta.



De acordo com a secretaria, das novas confirmações, o paciente do sexo masculino, de 28 anos, já recebeu alta hospitalar. A mulher de 83 anos segue internada.


Já os outros dois pacientes, uma mulher de 67 anos e um homem de 54 anos, vieram a óbito por doença pré-existente, e não pela infecção por Candida.


“A SES-PE informa ainda que, desde o início da testagem de pacientes no HGV, foi realizada a coleta de 259 pacientes, resultando em nove casos confirmados com Candida e 250 exames negativos (resultados de primeira e segunda testagem laboratorial, pois os exames são realizados três vezes)”, completou a secretaria.



O que é o superfungo?


O Candida auris, mais conhecido como supefungo, é um tipo de fungo que pode causar doença em pessoas com baixa imunidade e que estão internadas há muito tempo em hospitais.


O fungo recebeu este apelido por ser muito resistente a antifúngicos. Ele infecciona a corrente sanguínea, fazendo com que novas infecções no paciente sejam fatais, principalmente se eles forem imunocomprometidos ou possuírem comorbidades. No entanto, o Candida auris não causa a morte dos pacientes, apenas agrava o quadro de saúde.



Na maioria das vezes, as pessoas que contraem este fungo já possuem outras doenças e há uma certa dificuldade para identificar a infecção pelo Candida auris. O superfungo consegue sobreviver a temperaturas elevadas de 37ºC a 42ºC e sobrevive em diversos ambientes por longos períodos.


Os pacientes infectados desenvolvem sintomas como febre, tontura, alteração da pressão arterial, dificuldade para respirar e aceleração do ritmo cardíaco. Os sintomas tendem a melhorar com antibióticos para uma suspeita de infecção bacteriana.