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SAÚDE Varíola do macaco: vírus não demonstra chances de aumento na transmissibilidade



Apesar do avanço na incidência, especialistas afirmam, à luz do conhecimento científico que se tem sobre o vírus MPXV, que o mundo está longe de reviver o pesadelo da covid-19 (Crédito: Reprodução/AFP)

Em 6 de maio, a Inglaterra confirmou o primeiro caso do surto atual de monkeypox. O paciente era um homem que havia visitado a Nigéria, onde a infecção é endêmica. Passados três meses, já são 32 mil registros em 92 países — no Brasil, 2,8 mil, segundo o Ministério da Saúde.


Apesar do avanço na incidência, especialistas afirmam, à luz do conhecimento científico que se tem sobre o vírus MPXV, que o mundo está longe de reviver o pesadelo da covid-19. Com as formas de transmissão conhecidas, o importante — destacam — é tomar medidas de proteção, como evitar o contato próximo (pele a pele) com pessoas doentes ou com suspeita da enfermidade.


Embora o número de casos da doença esteja aumentando, nada indica que, geneticamente, houve alterações significativas no vírus de forma a se tornar mais transmissível, esclarece o infectologista Júlio Croda, especialista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e da Escola de Saúde Pública de Yale, nos EUA. "Geneticamente, é um vírus mais estável, de DNA. Não parece ter sofrido mutações importantes, principalmente na transmissibilidade", diz Croda, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT).


Um estudo recente, publicado na revista Nature Medicine por pesquisadores de Portugal, identificou uma aceleração nas mutações do MPXV maior que a esperada. Os autores, que compararam amostras do atual surto às de infecções de 2018-2019 na Nigéria, constataram que o micro-organismo mudou 40 vezes no período. De acordo com Richard Neher, físico e biólogo da Universidade da Basileia, na Suíça, um vírus da família pox (grupo formado por aqueles que causam vesículas na pele) tende a variar uma vez ao ano.


Porém, o cientista, que desenvolveu um modelo computacional de acompanhamento das mutações do monkeypox, observa que essas variações são sem importância clínica e epidemiológica. "A grande maioria delas são, provavelmente, inconsequentes ou deletérias para o vírus, e não temos evidências de adaptação viral." Mutações deletérias são aquelas que, em vez de dar uma vantagem ao micro-organismo, têm ações desfavoráveis a ele. Segundo Neher, a importância mais evidente das alterações genéticas é que elas ajudarão a "distinguir diferentes grupos do surto e entender como o vírus se espalha".


Restrições
Marcelo Nascimento Burattini, professor de doenças infecciosas e parasitárias da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), lembra que todas as vezes em que há um surto, existe a oportunidade de mutações. Para o especialista em infectologia e medicina tropical, porém, esse não parece ter sido o caso do MPXV. Burattini acredita que, possivelmente, não foi o vírus que mudou, mas o comportamento das pessoas.


"Estamos no fim de uma pandemia de Sars-CoV-2, com as restrições de viagem interrompidas, dois anos e meio depois das fronteiras mundiais fechadas. No fim do ano passado, houve um grande aumento no número de viagens, com as pessoas se expondo muito mais", diz.


O MPXV não é, como o Sars-CoV-2 ou a influenza, um vírus respiratório. Isso já reduz significativamente o potencial de transmissão, afirma Burattini. Embora alguns especialistas tenham sugerido que o micro-organismo pode se espalhar por gotículas de secreção nasal ou partículas transportadas pelo ar, um estudo recente publicado na revista The Lancet por cientistas espanhóis mostrou que, provavelmente, esse é um caminho pouco viável.
Por: Correio Braziliense

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