Para os concurseiros preocupados com as medidas do novo governo do presidente Jair Bolsonaro sobre cargos públicos, terceirizações e privatizações, especialistas da área pedem calma e mantém visão otimista para 2019.
Com a saída do Brasil da crise econômica e a necessidade de reequilibrar as contas públicas, Victor Maia, CEO da EduQC, acredita que o governo segure a abertura de concursos no primeiro semestre, principalmente em empresas estatais.
No entanto, após esse momento inicial, ele prevê que um futuro forte para as carreiras públicas. “Para a preparação dos candidatos, manteria o foco nos concursos estaduais agora. Ano que vem deve ser bom para os concursos federais, que geralmente ganham maior atenção”, comenta.
Para a diretora de Cursos Preparatórios na Damásio Educacional, Vanessa Pancioni, o quadro do governo está com carência de pessoas e uma urgência para preencher cargos. “Mesmo sem a criação de novos cargos, há uma demanda de pessoas que se aposentam e se exoneram. O aparelhamento do estado não pode deixar de existir”, diz ela.
Este ano, a diretora espera que os concursos fiquem concentrados em áreas priorizadas pelo governo, como a segurança pública e fiscalização.
Sobre a terceirização, os dois não preocupam muito, lembrando que o ingresso ao cargo público por meio de concurso está assegurado na constituição.
“Não vão terceirizar a Receita Federal, por exemplo. O Estado precisa manter controle do efetivo do órgão responsável pela arrecadação do dinheiro”, concorda Viviane Rocha, professora da Central de Concursos.
Segundo ela, o momento do governo pode ser de enxugamento da máquina, mas com a saída e aposentadoria de funcionários com idade avançada, ainda haverá uma recolocação para essas vagas em breve.
Para quem estava esperando os concursos do IBGE e do Banco Central, uma má notícia: já foi anunciado que os editais não serão publicados em 2019.
Outro concurso esperado, para auditores no Ministério do Trabalho, deixa dúvida entre os especialistas, que aguardam a integração das funções da pasta, extinta no primeiro dia de governo, aos outros ministérios.
“Eram 2.600 vagas e o pedido já estava tramitando. Pode mudar, mas a verba já estava destinada. Usar ou não será uma conveniência de quem governa para as áreas que considera relevantes, como a fiscalização”, comenta Vanessa Pancioni.
Confira quais serão os concursos públicos mais importantes que devem acontecer este ano:
Receita Federal
O concurso não é esperado somente pela possibilidade de muitas vagas – mais de 2 mil – e por ser de âmbito nacional. A Receita Federal não abre a seleção para vagas há mais de cinco anos e precisa de novo efetivo para executar suas atribuições. Outro atrativo é o baixo requisito para ingresso, uma vez que o concurso aceita qualquer curso para altos salários. Auditores têm remuneração acima de 20 mil reais e analistas, de R$ 11 mil.
INSS
Em janeiro de 2015, o concurso do INSS foi o que mais chamou atenção, pois teve um milhão de inscritos. Segundo a diretora da Damásio, ele tem requisito baixo e aceita profissional com formação de nível médio. Os salários também são desproporcionais a escolaridade exigida, sendo até três vezes maiores do que na iniciativa privada. Um analista ganha R$ 7.659,87 e técnicos recebem R$ 5.186,79. Também há um destaque para o número elevado de vagas, com previsão de 7.888 postos.
Detran
Em São Paulo e no Espírito Santo, os editais para o Detran, com banca já escolhida, devem ser publicados em breve. O concurso em São Paulo era previsto para janeiro, porém o novo governador João Doria (PSDB) segurou sua publicação. Também foi solicitada a abertura de concurso para o Detran de Tocantins.
Depen
Entre as áreas prioritárias para o governo, o Departamento Penitenciário Nacional também tem um concurso pendente e muito aguardado, com mais de 1.400 vagas de agente federal e salários que podem chegar até 10 mil reais.
Polícia Civil
Com a possibilidade de abertura de 2.100 vagas e salários acima de 8 mil reais, o concurso para a polícia civil do Distrito Federal pode chamar atenção dos concurseiros. No Ceará, Rio Grande do Norte, Amazonas, Paraná e Rio de Janeiro, também serão realizados concursos com remuneração variando entre 12 a 18 mil reais.
Tribunais de Justiça
Com altas remunerações para magistratura, chegando até a 28 mil reais, os TJ de Acre, Alagoas, Goiás, Pará, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rondônia devem realizar concursos este ano.
Defensorias públicas
Também com altos salários (entre 20 e 27 mil reais), os concursos para o Distrito Federal e os estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Tocantins estão no radar.
Secretaria da Fazenda
Na esfera estadual, cargos na área fiscal oferecem altos salários iniciais. No Distrito Federal, a banca já foi escolhida e serão 120 vagas para salário em torno de 14 mil reais. A Secretaria da Fazenda do Acre abrirá 144 vagas para remunerações de R$ 16.951,99. As secretarias de Alagoas, Bahia, Sergipe e Roraima também podem realizar concursos.
Tribunais de Conta
Quatro tribunais de conta, do Distrito Federal, Rondônia, Alagoas e do município de São Paulo, já têm pedidos de concurso encaminhados. Eles não têm volumes altos de vagas, mas ainda possuem salários atrativos, podendo chegar até 27 mil reais.
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