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CRISE Com alta da dengue no Estado, setores econômicos podem perder R$ 84,5 milhões até fim do ano




Até a 15ª semana de abril, impacto na produtividade das indústrias da transformação já somava R$ 35,5 milhões e o absenteísmo já tinha identificado no chão de fábrica
Por: Diario de Pernambuco

nuzeee/Pixabay

O aumento dos casos de dengue e outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti vem se tornando um problema econômico além de sanitário, comprometendo a operação de indústrias do Estado. De acordo com o estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), o impacto financeiro até agora foi de R$ 35,5 milhões.


Se os casos continuarem em ascensão, estima-se que haja um choque de R$ R$ 84,5 milhões na produtividade de todos os setores econômicos do Estado – indústria, comércio e serviço. Pernambuco está entre os cinco estados com tendência de aumento de casos, segundo dados do Ministério da Saúde.


De acordo com o economista da FIEPE, Cézar Andrade, a incidência das arboviroses tem sido uma preocupação constante para as indústrias. “As empresas vêm enfrentando desde o aumento do absenteísmo devido às licenças médicas até a redução da eficiência do trabalho, em razão dos sintomas causados por essas doenças”, analisou.


Conforme o levantamento, 45,56% dos empresários citaram a queda na produção como maior impacto em seus negócios; 34,44% das indústrias precisaram realocar seu pessoal, enquanto 15,56% tiveram que pagar hora extra para compensar o afastamento dos colaboradores com as doenças. Apenas 4,44% dos empresários industriais afirmaram que foi necessário realizar novas contratações.


O estudo revelou que o percentual de absenteísmo foi de 8,34%, e que a perda de produção devido ao afastamento por arbovirose por cada trabalhador em Pernambuco chega a ser de R$ 2.012,71, considerando sete dias de afastamento. Além disso, quase 73% dos empresários entrevistados informaram que tiveram empregados afetados por alguma doença transmitida pelo Aedes aegypti.


Diante desse cenário, a diretora de Saúde e Segurança da Indústria do SESI-PE, Fernanda Guerra, alertou sobre a importância do diagnóstico da dengue, da chikungunya e da zika para que seja realizado o tratamento adequado de imediato. Acreditar que é apenas um resfriado ou virose pode acabar camuflando um possível foco de dengue dentro da empresa.


“O SESI-PE oferece exames de diagnóstico. Com a identificação da doença, o funcionário se trata da forma adequada e volta a trabalhar mais rapidamente, diminuindo o índice de absenteísmo e evitando o comprometimento da produtividade das indústrias”, explica a diretora.


Além disso, Fernanda ressalta que o SESI-PE também dispõe de um canal de telemedicina, criado pelo SESI Nacional, para atender os trabalhadores da indústria e seus dependentes com suspeita de dengue. Os trabalhadores que apresentarem sintomas da doença, poderão ter acesso a assistência e a orientações em saúde especializada por meio do WhatsApp (61) 3317-1414.


Porte das empresas


As informações captadas pela pesquisa mostram ainda que 24,32% são de micro indústrias, 32,43% são pequenas indústrias, 27,03% de médias e 16,22% de indústrias de grande porte, segundo critérios por número de funcionários e faturamento.

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