Por: Fernanda Strickland - Correio Braziliense
Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press |
Consumidores observaram, nesta semana, alta de preços nos postos de combustíveis do Distrito Federal. De acordo com o presidente do Sindicombustíveis/DF, Paulo Tavares, o aumento é devido ao etanol, que vem sofrendo reajustes constantes. "O etanol anidro tem subido todas as semanas e a composição da gasolina tem 27% deste produto. Com isso as distribuidoras estão revistando a gasolina semanalmente por este fator", explicou.
Segundo motoristas ouvidos pelo Correio, o litro da gasolina aumentou de R$ 0,15 a R$ 0,20 nos últimos dias. Kátia Abreu, 39 anos, administradora, contou que sempre abastece em um posto do Setor Leste do Gama. "Desta vez, o aumento foi horrível. O combustível, que estava em R$ 4,89, foi para R$ 5,19. Daqui a pouco, vai voltar ao patamar de R$ 7,50", criticou.
Analistas alertam que a tendência de alta pode ser agravada pela elevação das cotações internacionais do petróleo, pressionadas pela decisão da Opep de cortar a produção em 2 milhões de barris por dia. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a alta do petróleo fez subir a defasagem dos preços internos dos combustíveis no Brasil, aumentando a pressão por reajustes da Petrobras para manter a paridade com os preços de importação (PPI), política adotada pela estatal desde 2016.
De acordo com a entidade, na terça-feira, os preços médios da gasolina estavam 9% abaixo do mercado internacional e o diesel, 8% mais barato, o que daria margem para a Petrobras conceder aumentos de R$ 0,31 e R$ 0,43 por litro nas refinarias, respectivamente, para voltar à paridade. A estatal, porém, sofre pressões do palácio do Planalto para segurar reajustes, ao menos até o fim o segundo turno das eleições.
Em março, o preço médio do litro da gasolina no país chegou a R$ 7,32. Na ocasião, o valor dos combustíveis disparou em todo o Brasil após mega-aumentos anunciados pela Petrobras. Os reajustes tinham como pano de fundo a disparada do petróleo no mercado internacional, influenciada pela guerra na Ucrânia.
Daniel Ferreira, 35, contador, afirmou que já está esperando novos aumentos após o segundo turno das eleições. "Lemos nos jornais que Bolsonaro estava forçando para baixo os preços da gasolina. Porém, acho que será difícil que isso seja mantido, já tem muito tempo que não há uma atualização nos valores", apontou. "Nos postos perto da minha casa, o combustível estava na faixa de R$ 4,85 a R,99. Hoje, já me deparei com R$ 5,50."
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