No dia anterior, durante reunião com o comandante-geral da corporação, Sérgio Simões, a Frente Unificada propôs aumento do piso salarial para R$ 2.900 (que se estenderia aos policiais militares), além da concessão de vale-transporte e melhores condições de trabalho, em especial para os salva-vidas. Porém, o grupo que se pronunciou hoje afirma que a sugestão inicial --piso de R$ 2.000-- continua valendo.
"Se o governador entende que precisa atender às entidades e pagar os R$ 2.900, melhor ainda. Fica além do que a gente pedia. Mas o que a gente quer agora é a anistia e a liberdade dos nossos 439 homens. Salário a gente vai brigar depois", afirmou o capitão Lauro Botto.
Os manifestantes garantem que a vigília na escadaria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) não terá fim até que a Justiça Militar determine a soltura dos oficiais detidos durante a invasão ao quartel central do CBMERJ, na semana passada. De acordo com o cabo Laércio Soares, do 2º Grupamento Marítimo (Barra da Tijuca), o apoio aos colegas não cessará "nem que o governo pague R$ 5.000 por mês".
Os bombeiros do Rio possuem pelo menos 12 associações e clubes de cabos e soldados, que deram origem à Frente Unificada em conjunto com sindicatos de policiais civis e militares. No entanto, o grupo recém-criado não inclui os manifestantes que acampam há cinco dias consecutivos em frente ao Palácio Tiradentes e que, de acordo com os oficiais, foram os principais líderes do ato que terminou com a invasão ao quartel central da corporação.
Segunda derrota
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro estuda alternativas para barrar a decisão judicial que manteve a prisão dos 439 bombeiros.
Nesta quarta-feira, a juíza da Auditoria Militar do Tribunal de Justiça, Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, indeferiu o pedido de relaxamento de prisão dos militares, protocolado pelos defensores públicos.
Segundo o defensor Luís Felipe Drummond, a defensoria só recebeu na manhã desta quinta-feira a íntegra da decisão da juíza e, por isso, ainda está analisando qual a melhor forma de entrar com recurso em favor dos presos. Um novo pedido de habeas corpus não está descartado.
Além da solicitação de relaxamento de prisão, a Auditoria Militar negara anteriormente um pedido de habeas corpus feito pela Associação de Cabos e Soldados do Corpo de Bombeiros.
Ajuda internacional
A Nova Central Sindical de Trabalhadores encaminhou nesta quinta-feira à Organização Internacional do Trabalho (OIT) um pedido formal de manifestação expressa em favor da soltura dos 439 bombeiros presos em Niterói. O documento foi direcionado para o diretor-geral da entidade, Juan Somavi, em Genebra (Suíça).
O objetivo da NCST é dar visibilidade internacional à causa dos militares para que o governo do Estado do Rio de Janeiro se sinta pressionado a interferir na liberação dos detidos e, posteriormente, negocie o reajuste salarial cobrado pela categoria.
noticias.uol.
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