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Hepatites virais: alerta para transmissão e evolução 'silenciosa'

Hepatites virais atingem mais de 800 mil brasileiros em 24 anos e seguem como desafio silencioso à saúde pública; com transmissão muitas vezes imperceptível e evolução assintomática, infectologista alerta para ​a importância​ ​do​ diagnóstico, ​da ​vacinação e ​de uma ​prevenção contínua


© Shutterstock

por Rafael Damas

Lifestyle

Saúde
Segundo o Relatório Global de Hepatites 2024, da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 304 milhões de pessoas vivem com infecção crônica pelos vírus da hepatite B ou C no mundo. No Brasil, de 2000 a 2024, foram confirmados 826.292 casos de hepatites virais registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), sendo a maior parte relacionada às hepatites B e C, que juntas somam quase 80% do total.

De acordo com a infectologista Tassiana Rodrigues, da Santa Casa de São Roque, unidade administrada pelo ​CEJAM (​Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”​)​​ ​ em parceria com a prefeitura da cidade, a maior dificuldade no controle dessas doenças é justamente o fato de muitas infecções evoluírem de forma silenciosa.

A médica explica que as hepatites virais são inflamações no fígado causadas por diferentes vírus. Os tipos A e E são transmitidos principalmente por via fecal-oral, por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados, e costumam ter evolução aguda e bom prognóstico. Já as hepatites B e C são transmitidas por contato com sangue contaminado, por relações sexuais desprotegidas, agulhas ou da mãe para o bebê durante o parto. A hepatite D, menos comum, só afeta pessoas que já estão infectadas pelo vírus da hepatite B.

Apesar da gravidade, os tipos B e C são frequentemente assintomáticos nas fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce. “São doenças silenciosas, que podem evoluir por anos sem sintomas aparentes. Em muitos casos, o diagnóstico só é feito por meio de exames de rotina”, explica Rodrigues.

Entre os principais grupos de risco estão pessoas que compartilham objetos perfurocortantes, como alicates, barbeadores e escovas de dente, usuários de drogas injetáveis, pessoas que fizeram transfusões de sangue antes da testagem obrigatória, além de quem realiza procedimentos com material não esterilizado. Práticas sexuais desprotegidas também representam risco, especialmente nos casos de hepatite B e C. Já as hepatites A e E, embora não sejam ​​classificadas como​​ sexualmente transmissíveis, podem ocorrer por via oral-fecal em práticas específicas como anilingus.

“No caso das hepatites A e E, são fundamentais os cuidados com higiene, saneamento e o consumo de água potável. Para os demais tipos, recomenda-se o uso de preservativos, não compartilhar objetos cortantes e realizar o pré-natal adequado para evitar a transmissão vertical.”

Para os casos agudos de hepatite A e E, os cuidados incluem repouso, hidratação e alimentação leve. Já os casos crônicos de hepatite B e C, além da hepatite D, podem exigir medicamentos antivirais. A hepatite C, em especial, tem apresentado altas taxas de cura com antivirais orais. Já a hepatite D, por ser mais rara, ainda representa um desafio terapêutico.

A ampliação do acesso ao diagnóstico precoce, ao tratamento e à imunização é essencial para o enfrentamento dessas doenças, especialmente entre as populações mais vulneráveis. Além disso, a informação é uma das principais armas no combate. “É importante quebrar o estigma, que ainda afasta muitas pessoas do diagnóstico e do acompanhamento médico. Também é possível conviver de forma saudável com a doença, desde que sejam adotadas medidas de cuidado e monitoramento contínuos”, finaliza.

O Brasil oferece gratuitamente as vacinas contra a hepatite A e B pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A testagem também está disponível na rede pública e é feita por meio de exames de sangue que detectam a presença do vírus ou de anticorpos. Esses exames permitem identificar tanto infecções agudas quanto crônicas, sendo fundamentais para o diagnóstico precoce.

Para se vacinar ou realizar o teste, basta procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. Em caso de dúvidas, consulte o posto de saúde do seu bairro para saber sobre os dias e horários de atendimento, além da disponibilidade dos exames e vacinas.

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