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Estreia de António Oliveira no Sport é marcada por vaias da torcida, xingamentos a Yuri Romão e falas duras de jogadores
Leão é goleado pelo Cruzeiro por 4 a 0 na Ilha do Retiro e segue na lanterna da Série A
Gabriel Farias
postado em 11/05/2025 19:17 / atualizado em 11/05/2025 20:53
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Na tarde deste domingo (11), o Sport passou por mais uma péssima partida na Série A do Campeonato Brasileiro. Em plena Ilha do Retiro, diante da própria torcida, o Leão foi goleado por 4 a 0 pelo Cruzeiro, em jogo que marcou a estreia do técnico português António Oliveira. O resultado escancarou a crise técnica e emocional da equipe, que ainda não venceu na competição, soma apenas dois pontos em oito rodadas e amarga a lanterna da tabela.
A atuação apática do Sport, sobretudo no primeiro tempo, inflamou os torcedores presentes nas arquibancadas. Gritos de "time sem vergonha", xingamentos ao presidente Yuri Romão e vaias para jogadores como Carlos Alberto e Matheus Alexandre, ambos bastante contestados e titulares na partida, tomaram conta da Ilha.
TARDE DIFÍCIL PARA O NOVO TÉCNICO

Depois do encerramento do confronto, António Oliveira falou pela primeira vez em coletiva pós-jogo como treinador do Leão e não escondeu a frustração com o desempenho do time.
"Eu estou indo para quase 100 jogos na Série A, e nunca sofri quatro gols em uma partida — dificilmente sofria dois, quanto mais quatro. Minhas equipes sempre se pautaram pelo equilíbrio nos dois momentos do jogo. E, dentro desse contexto, com equipes deste nível, sempre me sustentei na organização defensiva. Sofrer quatro gols é muito ruim, e não é em dois dias que você vai corrigir tudo", declarou o treinador.
IMPACIÊNCIA DA TORCIDA COM JOGADORES

"Portanto, é pedir o apoio da torcida — não paciência — e garantir que vamos trabalhar muito para resgatar o emocional desta equipe e obter rendimento. O que comanda é a cabeça: se ela não estiver bem, nossas ações técnicas, comportamentais, individuais e coletivas terão mais debilidades. Só com vitórias é que se resgata a confiança", iniciou.
"Eu tenho certeza de que os jogadores também percebem qual é a responsabilidade deles. Sabem o que fizeram até hoje e sabem que precisam dar uma resposta. É com esses que vamos ter que dar a volta por cima. O que eu peço é apoio. E, quando eles estão apoiando, não é ao Carlos Alberto, ao Matheus Alexandre... é ao Sport, porque os jogadores sentem isso. Eles têm a legitimidade, como torcedores, de tomar as atitudes que quiserem — isso nem se discute. Mas peço que apoiem o Sport, e mais nada. Os jogadores precisam deles. Tenho certeza de que posso contar com a torcida", finalizou.

COBRANÇAS PESSOAIS DO ELENCO
As falas do técnico foram endossadas por lideranças do elenco dentro de campo. O atacante Pablo, que assumiu a titularidade após a lesão de Gonçalo Paciência, foi duro ao criticar a postura da equipe em campo na goleada por 4 a 0 para o Cruzeiro.
"A gente precisa ter vergonha na cara mesmo. Não podemos entrar com a intensidade que tivemos no começo. O jogo foi definido em 30 minutos, e isso não pode acontecer. Na situação em que a gente vive, é preciso estar concentrado o tempo inteiro. É Série A. Se você vacilar, te matam — e foi isso o que aconteceu hoje", expressou o camisa 92.
Outro que também expôs o mesmo sentimento foi o lateral-esquerdo Igor Cariús, que reforçou o tom autocrítico do companheiro e admitiu que a responsabilidade é inteiramente do grupo.
"A cobrança da torcida é válida. Tivemos uma tarde muito infeliz e vergonhosa. Temos que ter vergonha na cara, nos cobrarmos mais durante o jogo, no dia a dia. Só quem pode evitar essa situação somos nós", complementou Cariús em entrevista à Rádio Jornal.

PRÓXIMO JOGO
Com seis derrotas em oito rodadas e um desempenho ofensivo e defensivo muito abaixo do esperado, o Sport tenta se reorganizar sob o comando de António Oliveira. O próximo desafio será fora de casa, no sábado (17), contra o Ceará, na Arena Castelão.
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