As discussões em volta da divisão dos royalties do petróleo do pré-sal será motivo de encontro dos governadores de Estados produtores e não produtores em Brasília, nesta próxima quinta-feira (30). O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), pregou, nesta manhã (28) o entendimento entre os chefes dos Executivos estaduais, uma vez que o Senado deverá apreciar o veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à emenda do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), que inclui as unidades federativas não produtoras na partilha dos ganhos do ouro negro.
"Nós temos que apreciar um Projeto de Lei que discipline a matéria dos royalties. Vamos fincar um espaço de como esses royalties devem ser distribuídos. A proposta que o ex-presidente Lula vetou era a distribuição total do 'ante pré-sal', do pré-sal e 'pós pré-sal', todos pelo FPE (Fundo de Participação dos Estados)", disse Eduardo Campos, após a assinatura do Programa de Universidade para Todos em Pernambuco. O socialista destacou que, sobre o assunto, o país ainda está vivendo a legislação antiga, que mantém a distorção entre o repasse aos Estados. "Se votar o veto e não corrigir (a emenda), a injustiça fica prevalecida", acrescentou o governador.
Eduardo Campos e o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), foram designados para conversar com os demais chefes dos Estados produtores e não produtores de petróleo. O socialista comentou que a divisão dos royalties não tem uma posição comum na base e que existem três pensamentos sobre a partilha. "A posição é em relação a Estado produtor e não produtor. Não tem posição partidária", frisou. "Se a pessoa é natural do Espírito Santo, ela pensa de uma forma. Se é de São Paulo, já pensa de uma maneira um pouco diferente. Se é do resto do Brasil...", disse.
O socialista reforçou que o intuito é de dialogar com os demais Estados para "não esticar a corda" sobre o assunto. "Quando esticou essa corda, foi ruim para todo mundo. À hora é de ter bom-senso, buscar o entendimento. Há um esforço do Senado de criar uma comissão para dialogar. Quando vai para um diálogo vai disposto a ceder e os outros têm que ir dispostos a ceder, senão não tem acordo. Se for para um diálogo levando só a minha vontade, o meu desejo, a minha opinião e não vou respeitar a do outro, você sai do diálogo sem acordo", declarou Eduardo Campos.
Nomeações e Armando
O governador do Estado não quis comentar sobre a nomeação para o segundo escalão do Governo Federal. O PSB poderá ficar com quatro cargos, entre eles o comando da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). "Quando eu tiver alguma coisa a falar sobre isso, eu chamo vocês e falo. Não vou estar me escondendo atrás de off sobre esse tema. Não tenho nada a falar sobre isso", disse. Sobre a declaração do senador Armando Monteiro Neto (PTB) - de que um aliado não é um subordinado - Eduardo Campos informou que o secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, já respondeu a questão. "Tadeu já não falou?", repassou a pergunta, Eduardo. "Tadeu já falou. Fica até chato falar", completou o governador. Nesse momento, o secretário brincou e disse: "mas o senhor pode me desautorizar", rindo ao socialista, que negou, enfático, a deixa.
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